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Jô Soares na TV globo

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Em 1970, Jô Soares foi contratado pela Rede Globo e no mesmo ano já estreava na emissora. Em “Faça Humor Não Faça Guerra”, Jô dividia a redação do humorístico com Renato Corte Real, Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. Além disso, era parte integrante do elenco e um dos mais requisitados atores do programa.

Com direção de Augusto César Vannucci e João Loredo, e redação de Max Nunes e Haroldo Barbosa, “Satiricon” estreou na grade de programação da Globo em 1972. Jô Soares era do elenco, junto com Miele, Agildo Ribeiro, Renato Corte Real e Paulo Silvino.

Com a mesma dupla de redação, “Planeta dos Homens” estreou em 1976. Grande sucesso, ficou no ar até 1982 com elenco formado por Jô, Agildo Ribeiro, Stênio Garcia, Paulo Silvino, Fulvio Stefanini, Berta Loran, entre outros.

“Viva o Gordo”



Empatia com o público, profissionalismo, competência e talento inegável, fizeram com que Jô Soares conquistasse seu próprio programa. No dia 9 de março de 1981, às 21h10, “Viva o Gordo” era exibido pela primeira vez e começava uma trajetória de sete anos na Rede Globo.

Dirigido por Cecil Thiré, o programa era escrito por Max Nunes, Hilton Marques, Afonso Brandão e José Mauro. Ao lado de Jô Soares, Brandão Filho, Célia Biar, Eliezer Motta, Henriqueta Brieba, Wellington Botelho e grande elenco arrancavam gargalhadas de milhões de telespectadores.

No ar até 15 de dezembro de 1987, o programa sempre foi um estrondoso sucesso. No segundo ano de exibição, chegou, por exemplo, a uma média de 60 pontos no Ibope.

Durante os sete anos em que ficou em cartaz, passou por pequenas modificações estruturais, além das renovações nas aberturas e no elenco de apoio. Em 1983, passou a ser exibido às terças-feiras e no mesmo ano deixou de ter um tema específico, permitindo, pelas palavras de Jô, que seus personagens ficassem “mais livres”.




Utilizando situações e tipos do dia-a-dia, Jô criou uma galeria de personagens inesquecíveis. Personagens que eram renovados a cada ano ou que ganhavam mais destaque conforme o sucesso junto ao público. “Foram tantos os papéis que interpretei e criei, desde o início da minha carreira na televisão, que quando ultrapassei a marca dos 100 parei de contar.”
E será que o Jô tem algum personagen preferido? “Não. Não poderia ter, são muitos e por todos eles sinto muito carinho...”

Mas todo telespectador tinha os seus prediletos e deles deve se lembrar até hoje. Bordões como “É aí que mora o perigo!”, “Querias”, “Muy amigo”, por exemplo, caíram no uso popular e são usados até hoje.

Personagens famosos e atuais

Inspirado nos super heróis das histórias em quadrinhos, o Capitão Gay é um dos mais famosos personagens de Jô Soares. Com uniforme cor-de-rosa, enfeitado de estrelinhas brilhantes, e o bordão “Cansei!”, o Capitão Gay resolvia os problemas que “nenhum homem e nenhuma mulher podiam resolver”. Sempre acompanhado de seu ajudante Carlos Sueli (Eliezer Motta), filho da Mulher Aranha com o Homem Mosca. O sucesso dele foi tanto que o “Hino do Capitão Gay” foi lançado em compacto.

O Reizinho também figura na lista dos mais populares. Criado para a estréia do programa, ele ficou no ar durante anos seguidos, sempre às voltas com os problemas do reino, com os sábios conselhos da Eminência (Eliezer Motta) e com as gafes do Bobo da Corte (Flávio Migliaccio). E no final de sua carreira, o Reizinho apareceu desempregado na fila do INSS.

Se com o Reizinho Jô Soares fazia uma crítica sutil à situação política do Brasil, com outros personagens essa crítica era feita de forma mais direta, mas não menos engraçada. Em 1985, ele criou o General. O militar havia entrado em coma no dia da posse do presidente João Figueiredo e só acordou anos depois, quando José Sarney já ocupava a presidência da República. Indignado e completamente perdido, o General fica atordoado com as notícias que recebe durante sua recuperação e implora aos médicos: “Me tira o tubo! Me tira o tubo!”

A sátira aos acontecimentos políticos apareciam ainda em diversos quadros do “Viva o Gordo”, como o do Exportador de Corruptos, do eterno perseguido PCBão (“Revanchismo não!”) e ainda do esforçado Governador (“Meu nome é trabalho!”).

Vale a pena lembrar que os personagens de Jô, mesmo que criados há mais de dez anos, ainda guardam uma atualidade incrível, por exemplo, Domingone - o jogador de futebol sem o menor talento, mas esperançoso de ser vendido para um time italiano e disposto a fazer qualquer coisa por isso.

Em seu currículo, Jô tem uma galeria inesquecível de tipos femininos. Norminha, a cantora de protesto, por exemplo, era um dos maiores destaques do “Faça Humor Não Faça Guerra”.

Criada em 1981, Bô Francineide também fez história. Atriz de pornochanchada, ela era definida pelo próprio Jô como “uma das maiores pornocas do Brasil.” Acompanhada de sua “porno-mãe”, interpretada por Henriqueta Brieba, e sempre disposta a tirar a roupa, ela procurava os lugares mais absurdos para fazer seus shows.

Em 1983, uma Alice no País das Maravilhas rechonchuda e bem diferente da original veio aumentar a lista dos personagens femininos de Jô. Ingênua, a menina achava maravilhosa a mais amarga das notícias anunciadas pelo governo, como a maxidesvalorização do cruzeiro.

Resumir em algumas linhas a criatividade e o talento para a criação humorística de Jô (afinal foram mais de 300 personagens) é missão pra lá de impossível.